Poesiaemdia: XII – Adamastor
Ondas rebentam nos toscos pés
Do monstro adamastor
Ele chora tempestades
Que inundam o triste porão
Onde ele se senta com a dor
Porão onde o seu coração
Encontrou a mais bela caravela
Com a sua enorme mão tocou nela
Contudo o vento a levou de sua mão
E ele por ela esperou
Pequeno Adamastor chora
Sentado na beira do lago
De lágrimas, onde ele mora
Com sua bela amada
Na sua elaborada fantasia criada
Comandando os ventos
Procurou atracar de novo
Na esperança de a segurar
Nos seus membros por momentos
Momentos o pequeno adamastor
Não se sentiu entrelaçado na dor
Apenas a sua palma cheia com amor
Este monstro é feio e mal cheiroso
Porém tem em si coração e torso
Mas não passa as tormentas
Sem a caravela do Bojador
Os seus olhos não vêem a cor
Enquanto saboreia as amargas amêndoas
Que do desespero se destilam a licor
Procura no horizonte a caravela
Que partiu do seu coração
Para voltar num dia de tempestade
E mostrar a este monstro a felicidade
Nesse dia, vendo a sua caravela
Navegar para a sua mão
Ele se transformará num mito
E se ouvirá o seu apaixonado grito
Numa declaração à bela embarcação
Com poemas de puro Amor
Deste monstro Adamastor!
Manuel Arnês Vela
About this entry
You’re currently reading “Poesiaemdia: XII – Adamastor,” an entry on Carbochauvinism
- Published:
- April 12, 2013 / 14:45
- Category:
- Pergaminho Amorfo
- Tags:
- Poesiaemdia